Adequação é fruto de ações focadas no incentivo de boas práticas de manejo e no auxílio em relação às pendências ambientais, trabalhistas e de documentação

Nos últimos três anos, exatas 3.036 fazendas foram reinseridas no quadro de fornecedoras da Marfrig após voltarem a operar em conformidade com as exigências socioambientais da companhia.
Trata-se de um contingente de propriedades que, conjuntamente, abateram quase 900 mil animais neste período e que haviam sido descredenciadas por problemas relacionados ao desmatamento.
A reinclusão dos pecuaristas foi viabilizada por suporte técnico da equipe do programa Marfrig Club e por assessoria jurídica — ações focadas no incentivo à adoção de boas práticas de manejo e no auxílio em relação às pendências ambientais, trabalhistas e de documentação.
Os detalhes dessa empreitada foram compartilhados nesta quinta-feira (27), em evento realizado pela companhia que apresentou um balanço dos resultados dos três anos do Programa Marfrig Verde+, que visa tornar a cadeia de fornecimento da companhia 100% livre de desmatamento – na Amazônia, até 2025, e nos demais biomas até 2030.
“A Marfrig acredita que a exclusão de produtores não é a solução para os problemas ambientais. Como a maior parte deles é de pequeno ou médio porte, trazemos o pecuarista para perto e damos apoio e orientação. Assim, conseguimos conciliar produção e sustentabilidade e gerar mais valor para toda a cadeia de produção bovina”, explicou o diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig, Paulo Pianez.
Em conversa com o Portal DBO, o executivo também esclareceu que a exclusão de uma fazenda não conforme com as políticas da empresa dura um ano e reiterou que, neste período, o frigorífico segue ao lado da propriedade compartilhando todos os conhecimentos necessários para que o pecuarista consiga ficar em dia com a agenda ambiental praticada pela Marfrig.
Como parte dos dados divulgados, em três anos de Programa Marfrig Verde+, a companhia investiu US$ 30 milhões na gestão da cadeia de fornecedores localizados nos biomas Amazônia e Cerrado.
Desde 2010 a companhia monitora, via satélite, 100% das propriedades fornecedoras diretas de todas as regiões brasileiras. Atualmente, são cerca de 8 mil e todas participam do Programa Marfrig Club, que dissemina boas práticas de sustentabilidade na cadeia de produtores brasileiros da empresa.
Emissões – Faz parte da agenda ambiental da companhia promover uma significativa redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa ao longo da sua cadeia de produção até 2035, tendo como ponto de partida o ano de 2019.
Para os gases provenientes diretamente das operações da Marfrig e para os gases provenientes da energia comprada pela companhia, o compromisso é diminuir as emissões em 68%, de acordo com a empresa. Já com relação às emissões indiretas, promovidas ao longo da cadeia produtiva, a meta é redução de 33%.

Ainda neste quesito, a Marfrig iniciou, em 2022, projeto-piloto para reduzir a emissão de gás metano produzido pelos bois nos processos de digestão. O projeto consiste no uso do SilvAir, composto bioquímico produzido pela americana Cargill.
Quando colocado na alimentação diária dos animais, o SilvAir ajuda a reduzir em, no mínimo, 30% a produção de metano pelo gado porque leva à produção de amônia no lugar da produção de metano. A Marfrig também está utilizando o suplemento SilvaFeed, da SilvaTeam, que reduz as emissões em cerca de 15%.
Autoridades – Presente ao evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, disse que o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) — que preconiza ações como a recuperação de pastagens degradadas, o tratamento de dejetos animais e o fomento dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta — deixará de ser um “apêndice” do Plano Safra para se tornar o pilar principal da temporada 2023/2024 deste importante programa de financiamento do governo federal.
Outro destaque do seu pronunciamento diz respeito à rastreabilidade da produção agropecuária, cujo fomento é uma das principais prioridades da sua gestão. Conforme avaliou o ministro, há muito campo para essa prática avançar na pecuária brasileira, para que ela possa chegar aos patamares elevados já alcançados por algumas culturas, como o algodão e a soja, por exemplo.
“O governo tem o compromisso de estar junto com o setor pecuário para ajudá-los nessa missão. E também queremos ser demandados por vocês para que possamos garantir o avanço dessa rastreabilidade e o desenvolvimento da atividade pecuária”, declarou o ministro.
Também participaram desse encontro o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e outras autoridades, como o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o presidente da Apex, Jorge Viana, e a ex-ministra do Meio Ambiente e co-chair do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU, Izabella Teixeira.